
A transformação digital dos últimos anos, especialmente nos meios de comunicação e na execução de tarefas, tem feito o mundo um lugar muito mais dinâmico. O Uber, por exemplo, que iniciou sua história em meados de 2009, facilitou a maneira como nos locomovemos de um ponto a outro, especialmente em locais da cidade onde não havia disponibilidade de um táxi. Mas sabemos que, independente da facilidade, a matemática do sistema de engarrafamentos em grandes cidades é a mesma e os táxis aéreos são limitados a uma parcela mais bem remunerada da sociedade. O que fazer?
Coincidentemente, também em 2009, a NASA (agência espacial norte-americana) produziu uma aeronave conceito denominada Puffin eVTOL, o que trouxe ao mundo o conceito de aeronaves elétricas que executam decolagem e pouso na direção vertical (eVTOL). Com a evolução do conceito de Propulsão Elétrica Distribuída (DEP) e diversos esforços da indústria, foram surgindo muitos players neste mercado, que nos últimos 10 anos tem se mostrado muito promissor em termos de revolução na mobilidade urbana. Em janeiro de 2022, por exemplo, a Eve Air Mobility (empresa brasileira da Embraer) assinou contratos com dezessete empresas para 1.735 pedidos de EVE eVTOLs, avaliados em US$ 5 bilhões.
Embora a EASA (agência responsável pela regulamentação da aviação civil europeia) já tenha realizado pesquisas de expectativa e intenção da sociedade quanto ao surgimento dos eVTOL e os processos de certificação já tenham se iniciado, a criação do ecossistema urbano de mobilidade, principalmente no que tange ao ajuste regulamentar operacional, é uma tarefa árdua. O desenvolvimento da navegação, por exemplo, seja para aeronaves de asa fixa seja para aeronaves de asa rotativa tem sido constante, principalmente na adaptação dos regulamentos de acordo com as características operacionais. Isso mostra que essa possível revolução na mobilidade urbana gerada pelos eVTOL já é algo real, mas ainda requer um grande desenvolvimento não só de literatura mas também de aquisição e tratamento de dados para solidificação desse novo “sistema aéreo”.
Caso esse sistema evolua satisfatoriamente nos próximos anos, experimentaremos uma das maiores revoluções da aviação nos últimos anos, principalmente se esse tipo de transporte for economicamente viável à população de classe média. Em termos de tecnologia, a diminuição da poluição gerada pelos gases dos automóveis. Em termos de mobilidade em si, o surgimento de um tipo de investimento que, ao lado de trens e metrôs, pode diminuir drasticamente o trânsito em grandes cidades.
Quer saber mais sobre esse assunto? Abaixo alguns links interessantes sobre a história dos eVTOL, uma entrevista com o CEO da EVE André Stein e os websites dos principais players do mercado atual.
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